Com botas gastas e chapéu de palha,
O homem caminha onde a estrada falha.
Seu coração pulsa com um ritmo sincero,
Buscando no mundo passarinhos amarelos.
Nas selvas densas, sob o céu tão vasto,
Ou nas montanhas onde o ar é mais casto,
Segue atento, o olhar feito lanterna,
Capturando o brilho de penas douradas que se alterna.
No canto suave de um rio distante,
Ou no calor de um deserto escaldante,
Ele encontra, enfim, o que tanto quis:
Pequenas faíscas de ouro, lampejos de sol feliz.
Cada ave é uma história, um poema, uma vida,
Um voo fugaz que nunca se despida.
O homem anota, desenha e descreve,
Guardando lembranças de um mundo tão leve.
E quando o dia se rende à noite estrelada,
Ele repousa sob a sombra encantada,
Sonhando com campos e florestas inteiras,
Onde cantam os pássaros de penas solares e verdadeiras.
Pois o viajante não busca fortuna ou fama,
Mas a magia simples que o coração reclama.
E assim segue o homem, sem pouso nem fim,
Atrás de passarinhos que brilham em amarelo cetim.